Histórico do grupo de pesquisa
As origens do grupo de pesquisa Bioluminescência e Biofotônica remontam aos estudos do Prof. Viviani iniciados com vagalumes no final da década de 80 durante sua iniciação científica com a Profa Cleide Costa do Museu de Zoologia da USP, aos estudos de pós-graduação no laboratório do Prof. Etelvino Bechara (IQ-USP) com o sistema bioluminescente de fengodídeos na década de 90, e aos pós-doutorados realizados no final da década de 90 nas universidades de Shizuoka no Japão e Harvard nos EUA.
E. Bechara´s lab (IQ-USP, São Paulo) 1996
As linhas de pesquisa do grupo tiveram influências iniciais da Dra Cleide Costa (MZUSP) com estudos de sistemática de coleópteros bioluminescentes, do Prof. E. Bechara (IQ-USP) com toxicidade de oxigênio e bioluminescência, do Prof. Giuseppe Cilento (IQ-USP) com os estudos pioneiros sobre fotobioquímica no escuro.
Em 1996, nos laboratórios do Prof. Fernando Reinach e Etelvino Bechara (IQ-USP), Viviani realizou a clonagem da primeira luciferase de um vagalume brasileiro, Pyrearinus termitilluminans dos cupinzeiros luminosos, uma das primeiras luciferases de besouros a serem clonadas no mundo.
Em 1999, na Universidade de Shizuoka no Japão, com a colaboração do Prof. Y. Ohmiya foram clonadas as luciferases emissoras de luz verde e vermelha da larva-trenzinho sul-americanas Phrixotrix hirtus e P. vivianii. Nos anos seguintes, estas três luciferases únicas clonadas de besouros serviriam de base para o desenvolvimento de um amplo estudo sobre a relação entre a estrutura e função destas enzimas pelo grupo de pesquisa. Entre 1999 e 2003, no Dept. Molecular and Cellular Biology (MCB) da Universidade de Harvard, sob supervisão de Thérèse Wilson e John W. Hastings, o autor iniciou a investigar os sistemas bioluminescentes de dípteros da família Keroplatidae, até então desconhecidos sob os aspectos bioquímicos.
Ohmiya´s lab (Shizuoka University, Japão)
Hastings lab (Mol. Cell. Biology, Harvard University, Cambridge-MA) 1999
Em 2003, após seu regresso para o Brasil, o Prof. Viviani iniciou a montar o laboratório de Bioluminescência com recursos do projeto Jovem Pesquisador FAPESP dentro do Laboratório de Biologia Molecular do Depto. de Biologia da UNESP de Rio Claro, vindo em 2004 a fundar o grupo Bioluminescência e Biofotônica pelo CNPq. Durante estes primeiros anos, novas luciferases de vagalumes pH-sensitivas foram clonadas e sua estrutura e função foi investigada, resultando em vários artigos, a formação de dois doutores e uma patente.
Viviani´s lab (RC-UNESP) 2004; (esquerda para direita) V.Viviani; Florisbela T. Ogawa; Tassia L. Ohelmeyer e Frederico G.C. Arnoldi.
Em 2006, após contratação na UFSCAR, campus de Sorocaba, o laboratório foi temporariamente transferido para as facilidades da UNISO, em convênio com a UFSCAR. No período entre 2006 e 2009 o laboratório iniciou projetos dentro do programa Biota-FAPESP, para levantar a diversidade de coleópteros bioluminescentes da Mata Atlantica e investigar a origem e evolução de suas luciferases.
Em 2009 o laboratório foi finalmente transferido para o campus novo da UFSCAR de Sorocaba, sendo o primeiro laboratório na especialidade de bioquímica e biologia molecular a ser fundado dentro deste campus. Neste período o grupo de pesquisa diversificou suas atividades com pesquisas sobre bioluminescência, incluindo a estrutura e função de enzimas, evolução molecular, fotobiologia e biotecnologia, com a formação de novos doutores.
Em 2016, Prof. Vadim Viviani foi nomeado presidente da International Society for Bioluminescence and Chemiluminescence (ISBC), salientando a importância da suas pesquisas no campo da bioluminescência realizada no Brasil.
Viviani´s lab (UFSCAR, Sorocaba) 2012
Viviani´s lab (UFSCAR, Sorocaba) 2017
Em 2020 o laboratório foi finalmente transferido para amplo espaço no prédio de laboratórios FINEP IV, cuja idealização e proposta junto à FINEP foram coordenadas pelo próprio pesquisador. Desde então o laboratório diversificou mais suas atividades, iniciando pesquisa de desenvolvimento biotecnológico de reagentes bioluminescentes, genes repórter para bioimagem. Com advento da pandemia de SARS-Covid-2 o laboratório se empenhou em utilizar seu know-how sobre luciferases para desenvolver insumos úteis na detecção do vírus, vindo a desenvolver um anticorpo secundário bioluminescente e respectivo que serve inclusive para detectar anticorpos e antígenos do SARS-COVID.
Grupo de pesquisa Bioluminescência e Biofotônica em 02/2020 durante visita do Prof. Y. Ohmiya (Diretor do AIST, Tsukuba): (da esquerda para direita) Atílio Tomazini, Gabriel F. Pelentir, Raone Reis, Daniel R. Sousa, Ariele Moreira, Jaqueline Rodrigues, Vadim Viviani, Yoshihiro Ohmiya, Vanessa R. Bevilaqua.